Se para muitos a Páscoa é apenas mais um feriado católico, para mim a Páscoa é verdadeiramente sinónimo de reunião, reencontros e partilha.
A época da Páscoa pertence à família, à mais próxima e, também, à alargada. É nesta altura, para mim, que volto a encontrar pessoas que vejo muito raramente, que abrimos as portas de casa a todos os que quiserem entrar. Em que são convidados a partilhar a chegada da cruz a cada casa (isto na minha terra natal) e que quando damos conta andamos de casa em casa, porque queremos partilhar esse momento com cada um que nos é especial.
Páscoa é passar o sábado na cozinha a preparar bolinhos e doces para bem receber. Para mim a Páscoa é isto mesmo, é o estar com as pessoas, partilhar conversas, dar um abraço, tirar uma fotografia para mais tarde recordar, comer uma amêndoa ou uma fatia daquele bolo que com tanto carinho se fez.
Não se trata de uma caça aos ovos, um dia talvez seja. Trata-se de estar presente, ter uma boa mesa e pessoas com quem partilhar.
Sem dúvida que tive uma boa mesa, para o André cumpriu-se a tradição e comeu cabrito, já eu fiquei-me pelo polvo à lagareiro, também tivemos boas sobremesas, e sentamo-nos os três à mesa. Partilhámos a nossa refeição através de videochamada com a família e durante a tarde com amigos. Mas não soube ao mesmo, ainda assim ficou um espaço por preencher.
Ontem senti mesmo a falta da correria de andar de casa em casa, de estar na rua com pessoas, mas tive o mais importante comigo.
E se esta Páscoa vai ser lembrada por ser aquela em que estivemos afastados, também vai ser lembrada por ser aquela em que procurámos estar mais perto e convidámos os padrinhos da Maria.
Apesar de tudo, cabe a cada um de nós, na sua toca, procurar estar mais perto daqueles de quem gostamos.
Até já…