Tinha estipulado ler 6 livros em 2023, para quem gosta de ler não são muitos, no entanto 6 leituras são melhores do que 0.
Acabei por ler 8 e fiquei a meio do 9º.
À semelhança do ano passado deixo aqui a lista dos felizes contemplado e a minha modesta apreciação dos mesmo.
– O Prodígio (Emma Donoghue) – tinha-me cruzado com a série, preferi ler primeiro o livro e acabei depois por não ver a adaptação. Achei curioso a personagem principal ser uma enfermeira e foi isso que me levou a lê-lo. Enfermeira do tempo da Florence Nightingale mostra ser bastante perspicaz e como o conhecimento e pensamento crítico nos levam a ver para além do que está à nossa frente. Gostei, é de leitura rápida e leva-nos a um tempo e uma realidade que nos faz pensar sobre a influência da família e da religião.
– Lugar para Dois (Miguel Jesus) – Não amei, mas deixou-me com vontade de ir a Moçambique.
– Meio Sol Amarelo (Chimamanda Adichie) – Recomendo muito. Ele mete respeito face ao seu tamanho mas lê-se num instante. Leitura super fácil e fluída, mas nem por isso deixa de ter um relato muito duro, cruel, cru da guerra entre a Nigéria e Biafra. Tem um conjunto de personagens muito bem conseguidas e a teia entre elas está muito bem traçada.
– A Doçura da Chuva (Deborah Smith) – É o tipo de livro que considero leitura de cordel. Tem uma história simpática, mas previsível. No entanto às vezes também precisamos de ler coisas simples que não nos façam pensar muito.
– A Breve Vida das Flores (Valérie Perrin) – Toda uma crítica em torno deste livro e sabem que mais? Vale o hype! Adorei a história, a escrita e as personagens. Teve a capacidade de me surpreender 2 vezes ao longo da sua leitura. Gostei mesmo muito. Sem dúvida que terei de ler mais coisas desta autora, talvez o Três.
– Inquieta (Susana Amaro Velho) – Comprei-o na feira do livro por sugestão do livreiro, mas ficou muito aquém das expectativas. Quando a história começa a ganhar os contornos que lhe dão vida, achei que foi de uma maneira muito superficial. Mas atenção, já falei com uma ou duas pessoas que leram o livro e adoraram.
– Apneia (Tânia Ganho) – É preciso ter muito fôlego para ler este livro. É um grande livro em tamanho e conteúdo. Aconselho muito, no entanto pessoas a passar por processos de divórcio difíceis ou que ainda não tenham resolvido bem as coisas nas suas cabeças, poderá ser uma leitura demasiado pesada. Pois é uma realidade chocante que nos chega como um murro no estômago.
– Metamorfose (Frank Kafka) – Um clássico que se lê em duas horitas, se tanto, e nos faz pensar sobre o nosso papel, as nossas relações, a importância e o apego que os outros têm por nós.
– Shuggie Bain (Douglas Stuart) – Fique a meio deste livro incrível. Transita para 2024 e posso dizer que passo o ano bem acompanhada. Uma história muito dura e crua da infância de Shuggie, um rapaz que não condiz com o mundo que o rodeia. Mas traduz a realidade de tantas outras famílias, em que face à miséria e pobreza o álcool era rei. Estou a menos de 100 páginas de o terminar e com um aperto no peito.
Este ano espero cruzar-me, igualmente, com boas leituras.