Janeiro trouxe com ele o frio.
Sinto-o bem quando saio de casa, ainda antes das 8h da manhã para ir trabalhar. Bate-me na cara, gela-me as mãos, entra por todos espaços que encontra do agasalho que levo.
Veio com toda a sua força.
Janeiro, também, trazia consigo a esperança. A esperança de podermos retomar os nosso hábitos, costumes a nossa cultura dos afetos, da partilha, do convívio, da proximidade. Mas querem os números da pandemia ditar outra sorte.
Por aqui vou ficar à espera que este frio acalme e com ele acalme, também, este vírus que teima em não dar tréguas. Vírus que veio para revelar o melhor e o pior de nós enquanto comunidade. Para colocar tudo o que tínhamos como adquirido em perspectiva e nos reinventarmos. Para darmos o nosso melhor pelos outros e por nós mesmos, ou então para desmascarar o egoísmo que habita no lado sombra de alguns.
Resta-me continuar a sair todos os dias para o hospital e a enfrentar este frio que se faz sentir, aproveitando todos os raios de sol que procuram aparecer para me aquecer.
Já vos tinha dito que está frio?
Por aqui também está um frio de rachar! Em obra, procuro os raios de sol, para não congelar os ossos! Mas sabes, por aqui também está frio, mas eu até gosto! 🙂 beijinho quentinho e abraço agasalhado!